domingo, 10 de novembro de 2013

O Lavrador

 

Passa o dia na lida. Ao pôr do sol, cansado mas feliz, limpa o suor da testa, repousa os braços na enxada, contempla a terra lavrada e volta ao calor da lar. No outro dia acorda cedo, e retoma a tarefa, com a mesma fé na colheita. E colhe mais do que semeia. Assim é o homem nas suas vidas sucessivas.
Quem lavra o seu pão cultiva as suas qualidades. Cada vida terrena é como um campo a lavrar, com suas pedras e espinhos, à mercê das intempéries e das pragas. A colheita é a felicidade, que é toda da nossa lavra, para ser completo o mérito e a satisfação. Sozinhos no nosso campo, todos estamos acompanhados.
ENL, 10.11.2013, Edgar

domingo, 3 de novembro de 2013

Agentes secretos do Bem‏


Vultos na chuva fina. Dormem debaixo das pontes da vida. Vivem em casa humilde. Não lhes luz ouro ou seda ou púrpura. Pacientes na incerteza, valentes no sofrimento. Oram pelos outros em segredo. Varrem chãos e mágoas. Cada gota de chuva é uma pérola que nos lava a alma e enriquece o mundo.

Guiomar (dedicado a V.)

ENL, 3.11.13